Em 2025, a América Latina vivenciará uma série de eleições presidenciais e legislativas que servirão como um termômetro para avaliar como os governantes têm lidado com graves crises políticas, econômicas e de segurança. Países como Equador, Bolívia, Argentina, Chile e Honduras enfrentarão pleitos nos quais os eleitores deverão decidir se os atuais governos conseguiram avançar em relação aos problemas que herdaram. De acordo com especialistas, nestas eleições a ideologia política terá um papel secundário, e os cidadãos estarão mais preocupados com os resultados práticos de seus governantes, exigindo respostas rápidas e eficazes.
No Equador, o presidente Daniel Noboa tentará a reeleição em meio a uma crescente crise de violência e corrupção, que inclui investigações sobre abusos cometidos por militares. A situação econômica e os problemas energéticos também serão questões centrais nas eleições. Na Bolívia, o presidente Luis Arce enfrenta um cenário de crise interna e dificuldades econômicas, enquanto em Honduras, a presidente Xiomara Castro não pode se reeleger, o que gera uma disputa acirrada para sua sucessão. O Chile, por sua vez, lidará com a frustração popular em relação à ineficácia do governo atual em atender às demandas sociais originadas pelos protestos de 2019.
Além disso, as eleições legislativas da Argentina, previstas para outubro, servirão como um referendo sobre a gestão do presidente Javier Milei, em meio à grave crise econômica que o país enfrenta. Embora as renovação de cadeiras no Congresso não tenha o poder de mudar a balança política de forma significativa, os resultados poderão influenciar a capacidade do presidente de implementar suas reformas. Por fim, a pesquisa Latinobarómetro 2024 aponta um aumento no apoio à democracia na região, com exceções notáveis como na Bolívia e Honduras, onde a insatisfação é mais acentuada. A região estará, portanto, diante de um ciclo eleitoral que reflete uma profunda insatisfação popular e um desejo de mudanças urgentes.