A Amazônia tem se tornado palco de esforços significativos para enfrentar as crises ambientais e sociais geradas por mudanças climáticas, violência e perda de identidade cultural. O Projeto Aldeias, fundado pela geógrafa Daniela Silva, visa resgatar os laços das crianças e adolescentes com a floresta e as tradições ribeirinhas, oferecendo educação ambiental e cultural. Em Altamira, no Pará, a iniciativa destaca a importância de fortalecer a identidade amazônica e engajar as futuras gerações na defesa do meio ambiente. Ao mesmo tempo, o projeto procura promover a reflexão sobre o impacto da construção de grandes empreendimentos como a Usina Belo Monte, que afetaram as comunidades locais.
Em Alter do Chão, brigadistas voluntários têm enfrentado desafios no combate a incêndios florestais, buscando conscientizar a população sobre o uso responsável do fogo e a preservação da floresta. As brigadas locais, como as de Alter do Chão, desempenham um papel crucial ao atuar de forma preventiva, já que o governo não possui recursos suficientes para agir em tempo hábil. A política pública sobre o manejo do fogo, sancionada em 2024, é vista como um primeiro passo para regulamentar e melhorar as práticas de combate aos incêndios, enquanto as brigadas buscam se expandir para alcançar mais regiões e fortalecer a rede de proteção.
A educação indígena também se destaca como ferramenta vital para enfrentar as transformações climáticas na Amazônia. Maria Barcelos, uma educadora e ativista, trabalha com os povos Paiter Suruí em Rondônia, desenvolvendo materiais pedagógicos que unem saberes tradicionais e científicos para discutir mudanças climáticas. A educação nesse contexto é essencial para preparar as futuras gerações de indígenas para lidar com as consequências da destruição ambiental e para que possam assumir a liderança na gestão de seus territórios. Iniciativas como essas são vitais para garantir que os conhecimentos ancestrais sobre o meio ambiente sejam preservados e adaptados aos novos desafios impostos pela crise climática.