No mês passado, o economista Gao Shanwen, da SDIC Securities, levantou questionamentos sobre a precisão dos números oficiais de crescimento da economia chinesa, o que gerou uma reação contundente do presidente Xi Jinping. Durante um evento em Washington, Gao sugeriu que o crescimento real da China poderia estar abaixo da taxa oficial de 5%, estimando um valor médio de cerca de 2% nos últimos anos. Essas declarações ocorreram em um momento de incerteza econômica, em meio a preocupações sobre uma possível recessão prolongada causada pela crise do setor imobiliário.
As críticas feitas por Gao não se limitaram aos números, mas também ao desempenho do governo chinês em estimular a recuperação econômica. Ele qualificou os esforços apresentados por Xi como “oportunistas”, o que também foi visto com desconfiança por autoridades do governo. A situação levou Xi a ordenar uma investigação contra o economista, que é consultor frequente do governo em questões financeiras e econômicas, buscando disciplinar suas ações.
Esse episódio ocorre em um contexto de crescente ceticismo sobre os dados econômicos da China, com críticas a números oficiais sendo uma prática recorrente. A transparência e a confiança nos dados do país se tornaram pontos de debate internacional, especialmente enquanto o governo chinês tenta estabilizar a economia diante de desafios internos e externos, incluindo a desaceleração do mercado imobiliário.