O economista Marcos Lisboa, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, afirmou que diversos grupos de interesse contribuem para a crise econômica no Brasil. Ele destacou que, embora a busca por benefícios particulares seja um fenômeno global, no Brasil ela é particularmente intensa e prejudicial ao desenvolvimento econômico. A pressão por subsídios, impostos menores e outros benefícios favorece setores diversos, desde o pequeno empresário até grandes corporações.
Lisboa identificou uma série de distorções no sistema tributário brasileiro, como regimes fiscais especiais, emendas parlamentares, crédito direcionado com juros subsidiados e proteções regionais. Segundo ele, esses mecanismos afetam a economia de forma desproporcional, mantendo privilégios que enfraquecem a competitividade e contribuem para a crise fiscal. O economista comparou a situação atual com a dos Estados Unidos no século 19, quando distorções tributárias e práticas como o nepotismo eram comuns.
Para superar esses desafios, Lisboa sugeriu que o Brasil precise de reformas institucionais profundas, incluindo a criação de leis antitruste e contra o nepotismo, além de agências estatais mais eficientes. Ele destacou a importância de fortalecer as instituições para blindar a economia contra a influência excessiva de grupos de interesse, algo que outros países já conseguiram implementar. Essas mudanças, segundo o economista, são essenciais para um crescimento econômico sustentável e para a resolução da crise fiscal enfrentada pelo país.