O economista Marcos Lisboa analisa a atual insegurança no mercado financeiro brasileiro, apontando que as decepções começaram desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com Lisboa, os investidores apostaram no Brasil com expectativas de um governo fiscalmente responsável, mas essas expectativas não se concretizaram. Ele destaca que, embora o Brasil apresente bons indicadores econômicos no curto prazo, a dívida pública crescente e a falta de um plano claro de gestão fiscal geram pessimismo. Para Lisboa, o país não mudou substancialmente, mas o governo não está atendendo às expectativas do mercado.
Lisboa também discute as principais questões que o Brasil precisa enfrentar para garantir um crescimento sustentável a longo prazo. Ele enfatiza a importância de estabilidade regulatória e fiscal, como a limitação do crescimento do gasto público, para evitar a pressão inflacionária e promover um crescimento mais estável. O economista acredita que o país pode superar sua volatilidade histórica se investir em reformas que melhorem a segurança tributária e a infraestrutura, destacando o trabalho do Ministério dos Transportes, mas também criticando a falta de avanços significativos na reforma tributária.
No entanto, Lisboa alerta que, apesar dos problemas fiscais e de governança, a descrença no Brasil pode ser exagerada. Ele argumenta que o país tem muito potencial, mas precisa de um ambiente regulatório mais claro e um foco maior em questões técnicas, como a tributação da renda e a polarização no debate fiscal. Para Lisboa, o Brasil não deve ser considerado um país sem futuro, mas sim um país que precisa de um esforço consistente e técnico para corrigir suas distorções econômicas e fiscais.