O cenário econômico no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva apresenta semelhanças com os períodos de crise vividos no governo de Dilma Rousseff, especialmente no que diz respeito ao aumento da inflação e ao impacto sobre as expectativas econômicas. A taxa básica de juros no Brasil deve ultrapassar 14%, voltando a níveis similares ao último período de Dilma, o que evidencia a pressão inflacionária e o aumento da dívida pública, que podem comprometer a trajetória da economia. A inflação de 2024, embora menor do que em 2014, ficou acima da meta estabelecida, criando desafios adicionais para a gestão fiscal.
Especialistas observam que a dinâmica econômica entre os dois governos não é idêntica, mas algumas questões se repetem, como o desequilíbrio fiscal e o crescimento da inflação. Embora o governo Lula 3 esteja lidando com problemas similares aos enfrentados por Dilma no início de seu segundo mandato, o contexto global e a política monetária do Banco Central, que ganhou maior autonomia desde 2021, apresentam elementos novos que podem contribuir para um controle mais eficaz da inflação. A expectativa é que, em 2025, a política fiscal mais contracionista ajude a desacelerar a economia e, com a coordenação das políticas econômicas, a situação possa melhorar no segundo semestre.
O impacto do cenário internacional também é relevante para a economia brasileira, já que a elevação dos juros nos Estados Unidos e a valorização do dólar pressionam o mercado interno. A oscilação da moeda e a elevação da taxa de juros americana tornam os ativos do Tesouro dos Estados Unidos mais atraentes, o que aumenta o prêmio sobre os títulos brasileiros. A alta do dólar em 2024, que cresceu 27,34%, reflete tanto fatores internos quanto externos, complicando ainda mais a atuação do Banco Central no controle da inflação e das expectativas econômicas.