O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos promete impactar profundamente a política externa americana, com mudanças que vão desde a postura em relação à Ucrânia até as relações com o Oriente Médio e a China. Em relação à Ucrânia, Trump tem defendido uma abordagem mais isolacionista, questionando o envio de bilhões de dólares em ajuda militar e sugerindo um possível fim rápido do conflito, embora sem detalhar os termos. Além disso, seu relacionamento com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) continua sendo uma preocupação, com propostas de reavaliação das contribuições financeiras dos membros e a ameaça de redução da presença militar dos EUA na Europa.
No Oriente Médio, Trump deve dar continuidade a suas políticas pró-Israel, incluindo a expansão dos Acordos de Abraão, que buscam normalizar as relações diplomáticas entre Israel e várias nações árabes. Ao mesmo tempo, sua postura firme contra o Irã, com o qual os Estados Unidos se retiraram do acordo nuclear durante seu primeiro mandato, tende a se manter, com foco em mais sanções e pressões. Quanto à China, a guerra comercial iniciada no governo anterior deve ser intensificada, com Trump sugerindo a imposição de tarifas mais altas e mantendo uma postura agressiva em relação à segurança de Taiwan, um ponto crucial nas relações sino-americanas.
Além de suas prioridades no exterior, Trump também pretende adotar uma postura mais rigorosa em questões internas, como imigração, com promessas de deportação em massa e revisão das leis de cidadania. Sua visão sobre as mudanças climáticas também deve se manter em linha com seu primeiro mandato, com um retorno à retórica contra o Acordo de Paris e o estímulo à exploração de combustíveis fósseis. Outros temas polêmicos, como a possível compra da Groenlândia e o controle do Canal do Panamá, reforçam a ideia de uma política externa centrada nos interesses estratégicos dos EUA, alinhada à sua abordagem de “America First”.