O dólar iniciou o dia em queda, cotado a R$ 6,1017, com o mercado experimentando menor volatilidade devido ao fechamento dos mercados americanos, em razão do funeral do ex-presidente Jimmy Carter. A atenção dos investidores segue voltada para o cenário comercial global, especialmente em relação às possíveis novas tarifas de importação anunciadas por Donald Trump, que poderiam impactar a economia dos países exportadores e acelerar a inflação nos Estados Unidos. A medida poderia forçar o Federal Reserve a aumentar as taxas de juros, pressionando o dólar ainda mais. No Brasil, o mercado também acompanha a evolução dos dados econômicos, como as vendas no varejo e os resultados da Pesquisa Mensal do Comércio, que apontaram uma desaceleração das vendas em novembro, apesar da Black Friday.
Além disso, o mercado está atento à performance fiscal brasileira, especialmente à possibilidade de o governo não conseguir equilibrar as contas públicas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que o déficit primário do Brasil em 2024 será menor do que o previsto, e que o PIB deve crescer 3,6%. No entanto, o mercado segue monitorando o cenário fiscal, com destaque para a falta de um novo pacote de ajustes fiscais e a continuidade da análise das contas públicas pelo governo. A incerteza sobre a trajetória fiscal no país também é um fator que influencia o comportamento do dólar e o sentimento do mercado.
Por fim, dados sobre a produção industrial e o mercado de trabalho nos Estados Unidos também seguem sendo acompanhados de perto pelos investidores. Em novembro, a produção industrial no Brasil registrou uma leve queda de 0,6% frente ao mês anterior, enquanto os dados do mercado de trabalho nos EUA apontaram uma desaceleração na criação de vagas de emprego. A expectativa é que o relatório de emprego oficial, o payroll, traga mais informações cruciais para as decisões de política monetária do Fed. A crescente incerteza tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos reflete um ambiente econômico desafiador, com o dólar operando sob pressão e o mercado atento às movimentações políticas e fiscais.