O dólar apresentou queda moderada no mercado brasileiro nesta segunda-feira, 20, refletindo o enfraquecimento da moeda americana no exterior e o alívio com a ausência de novos aumentos de tarifas de importação por parte do presidente dos Estados Unidos. As moedas emergentes, especialmente as dos países exportadores de commodities, como o peso mexicano, se apreciaram diante do cenário. No entanto, o real teve ganhos mais modestos em comparação com outros ativos da América Latina, mesmo após a intervenção do Banco Central brasileiro, que vendeu US$ 2 bilhões em dois leilões de linha com compromisso de recompra.
A redução do fluxo de dólares e ajustes técnicos também impactaram o desempenho do real, que enfrentou um aumento nas expectativas de risco inflacionário, refletido no Boletim Focus, com piora das previsões de inflação para 2026. Durante o dia, a moeda americana chegou a abrir em alta, mas sofreu reversão logo após a intervenção do Banco Central, encerrando o pregão em queda de 0,39%, a R$ 6,0421. O índice de dólares no exterior (DXY) também apresentou desvalorização, evidenciando a tendência de queda do dólar frente a outras divisas.
O discurso de posse do presidente dos Estados Unidos, que ocorreu à tarde, trouxe um certo alívio aos investidores. Embora Trump tenha reafirmado uma agenda protecionista, sem anunciar a imposição imediata de tarifas, sua postura mais moderada quanto à política comercial gerou um impacto positivo nos mercados. Especialistas sugerem que a medida preventiva do Banco Central brasileiro ajudou a manter a estabilidade no câmbio, especialmente em um dia com menor liquidez devido ao feriado nos Estados Unidos. A expectativa é de que a política fiscal de Trump, que envolve grandes investimentos em infraestrutura, possa gerar desequilíbrios no futuro, afetando a política monetária e ampliando as pressões inflacionárias nos próximos anos.