O dólar iniciou o dia em alta, superando os R$ 6,05, mas inverteu a trajetória e fechou com leve queda, cotado a R$ 6,03, nesta terça-feira, 21. Com a agenda econômica interna mais calma, o mercado de câmbio foi influenciado pelas reações aos primeiros atos de Donald Trump em seu segundo mandato, principalmente a menção de tarifas sobre o México, o que afetou negativamente o peso mexicano. Em contrapartida, o real se valorizou e descolou das moedas latino-americanas, beneficiado por fluxo de investidores estrangeiros, que injetaram R$ 2,9 bilhões na bolsa local.
O dólar fechou em queda de 0,19%, após alcançar R$ 6,0680 pela manhã e atingir R$ 6,0177 à tarde. Este movimento de baixa reflete uma correção do forte avanço da moeda no final do ano passado, quando o real sofreu com a falta de credibilidade fiscal e a saída de recursos estrangeiros. O economista Adauto Lima acredita que, no cenário doméstico, parte da preocupação com o fiscal já está refletida na taxa de câmbio, enquanto, no exterior, o alívio veio com a não implementação de medidas mais agressivas por parte do governo Trump, especialmente em relação às tarifas sobre a China.
Embora o mercado tenha reagido positivamente ao início do mandato de Trump, há incertezas sobre o impacto das novas políticas econômicas, principalmente no comércio. O mercado continuará atento às discussões sobre o Orçamento e as medidas fiscais no Brasil. Para o economista Paulo Gala, a ausência de decisões drásticas nas primeiras semanas de Trump foi uma surpresa positiva, mas o aumento da volatilidade não está descartado à medida que novas políticas possam ser anunciadas, impactando tanto a economia dos EUA quanto o comportamento do dólar no mercado global.