O dólar teve um movimento de queda no mercado doméstico ao longo do dia, fechando com uma desvalorização de 0,23%, cotado a R$ 5,8528. A pressão vendedora foi atribuída a ajustes técnicos e a um cenário de maior apetite ao risco, impulsionado pela divulgação de um déficit do Governo Central abaixo do esperado e pela confirmação de metas fiscais. Com o avanço das bolsas e a queda das taxas de juros futuros, o cenário favoreceu a moeda brasileira, que encerrou o mês com uma queda acumulada de 5,30%.
A abertura do mercado foi marcada por uma alta do dólar, impulsionada pela leitura do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que sinalizou um possível término do ciclo de alta de juros. Embora o aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic tenha sido aguardado, o tom considerado mais ameno do Copom gerou especulações de que o ciclo de aperto monetário pode estar próximo do fim. A instabilidade no mercado de câmbio também foi influenciada pela movimentação de grandes volumes de negócios, especialmente na parte da manhã, quando o dólar se aproximou de R$ 5,95.
No cenário internacional, o índice DXY, que mede o comportamento do dólar frente a outras moedas fortes, teve uma leve baixa, mas se reverteu após o anúncio de tarifas comerciais dos EUA para México e Canadá. Além disso, a postura do Federal Reserve, que manteve os juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, reforçou a expectativa de que as taxas externas devem se manter altas. Com isso, especialistas acreditam que o diferencial de juros pode continuar a impulsionar o recuo do dólar, podendo até quebrar o piso técnico de R$ 5,80, dependendo das circunstâncias econômicas e políticas.