Em janeiro de 2025, o dólar à vista registrou uma queda de 5,56%, encerrando o mês com a maior desvalorização desde junho de 2023, após um desempenho de alta em dezembro. A apreciação do real foi impulsionada, principalmente, pela correção da alta exagerada da moeda americana no final de 2024 e pela atuação firme do Banco Central do Brasil no combate à inflação. O resultado fiscal do governo em 2024 também foi melhor do que o esperado, contribuindo para a recuperação da confiança no mercado.
O desempenho do real foi o segundo melhor entre as principais moedas no início de 2025, atrás apenas do rublo russo. A queda do dólar foi influenciada por uma redução nas apostas contra o real no mercado de derivativos, que foram estimuladas por uma maior atratividade das operações de carry trade, especialmente com a estratégia do Banco Central de manter a liquidez por meio de leilões de recompra. O desempenho favorável do real também refletiu o impacto das altas sucessivas da taxa Selic.
Apesar do aumento da aversão ao risco com a imposição de novas tarifas pelos EUA, o impacto no real foi limitado. A elevação da taxa Selic, que atingiu 13,25% em janeiro, e a perspectiva de mais aumentos em março, continuam a atrair investidores para o Brasil, mantendo o real em uma posição mais forte. O cenário é visto como positivo para o carry trade, o que favorece o fluxo de investimentos para o Brasil, enquanto o Fed adota uma postura mais cautelosa em relação à política monetária americana.