O dólar à vista fechou em leve queda nesta quarta-feira, 29, marcando a oitava sessão consecutiva de desvalorização. O mercado manteve uma postura cautelosa, aguardando a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) e a entrevista de seu presidente, Jerome Powell. Durante o pregão, o Fed manteve a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,50%, mas chamou atenção ao retirar menção ao progresso da inflação rumo à meta de 2%, indicando uma postura mais vigilante em relação aos dados econômicos.
A reação inicial dos mercados foi negativa, com queda nas bolsas de Nova York e elevação nas taxas dos Treasuries, além de um aumento no índice DXY, que reflete o comportamento da moeda americana em relação a outras divisas. No Brasil, o dólar, que flutuava perto da estabilidade, subiu brevemente antes de cair novamente para R$ 5,8662, acumulando uma queda de 3,29% nos últimos oito pregões e de 5% em janeiro. O real segue com bom desempenho entre as principais moedas globais, sendo superado apenas pelo rublo russo e o peso colombiano.
A atenção agora se volta para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deve anunciar um aumento de 1 ponto porcentual na taxa Selic, conforme o guidance divulgado em dezembro. As expectativas também incluem possíveis novas elevações nos próximos meses, além de um possível direcionamento sobre as políticas monetárias futuras. Analistas apontam que as altas sucessivas da Selic contribuíram para a diminuição das apostas contra o real, ajudando a explicar a queda do dólar, apesar da saída líquida de recursos do Brasil.