O dólar à vista encerrou a terça-feira (14) com uma desvalorização de 0,85%, cotado a 6,0466 reais, ampliando as perdas registradas na véspera. Esse movimento ocorreu enquanto os mercados reagiam aos dados de inflação dos Estados Unidos e à expectativa sobre o retorno de Donald Trump à Casa Branca. O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou que o índice de preços ao produtor (PPI) para a demanda final teve um aumento de 0,2% em dezembro, após avanço de 0,4% em novembro. No acumulado de 12 meses, o PPI subiu 3,3%, refletindo uma aceleração das pressões inflacionárias, mas ainda dentro de um cenário moderado.
A política monetária também teve impacto no mercado cambial. O Banco Central do Brasil anunciou um leilão de swap cambial para rolar contratos com vencimento previsto para fevereiro de 2025. Esse anúncio, somado ao otimismo gerado pela desaceleração da inflação nos EUA, levou à queda dos rendimentos dos Treasuries e contribuiu para a perda de força do dólar. Além disso, investidores reagiram positivamente a notícias sobre possíveis mudanças nas políticas comerciais da administração de Trump, com a equipe do ex-presidente considerando uma implementação gradual das tarifas de importação, o que ajudou a reduzir o pessimismo em relação à futura postura econômica dos EUA.
Esse cenário de maior otimismo sobre a inflação e a política externa dos Estados Unidos contribuiu para a desvalorização do dólar em relação a várias moedas de emergentes, incluindo o real. No mercado de câmbio, a moeda americana tocou a mínima de 6,0415 reais durante a tarde, o que representou uma queda de 0,93%. A tendência foi acompanhada pela redução nas taxas dos DIs, à medida que os investidores ajustavam suas posições e buscavam reduzir os prêmios excessivos em meio a um cenário econômico interno mais tranquilo.