O dólar encerrou a semana de 24 de janeiro com uma queda de 2,42%, a maior desvalorização semanal desde agosto do ano passado. Esse movimento foi impulsionado por um enfraquecimento da moeda americana, que refletiu um tom mais moderado do presidente dos Estados Unidos, que surpreendeu o mercado ao evitar declarações mais agressivas sobre comércio internacional. A desvalorização da moeda americana foi favorecida por um apetite ao risco mais pronunciado, que também impactou outras divisas emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.
Apesar de o real ter mostrado um bom desempenho em relação a outras moedas, especialmente no início do dia, o ritmo de queda do dólar diminuiu à medida que o mercado ajustava posições e considerava novas propostas do governo brasileiro para controlar a alta dos preços dos alimentos, incluindo a possível redução de tarifas de importação. Essas medidas geraram algum desconforto entre os operadores, que também se mostraram cautelosos com o cenário interno. Em entrevista, analistas destacaram que o ambiente global de baixa volatilidade pode abrir espaço para novas operações de carry trade, mas as incertezas políticas no Brasil podem frear uma recuperação mais sólida do real.
No cenário doméstico, o governo Lula está sendo observado com atenção, principalmente pela possibilidade de adotar medidas econômicas fora do convencional para conter a inflação. Contudo, a combinação de juros elevados e a expectativa de responsabilidade fiscal geram uma perspectiva de estabilização da moeda. O ministro da Casa Civil, por exemplo, negou rumores sobre subsídios para conter os preços, sinalizando que as medidas seriam focadas na redução das alíquotas de importação. A expectativa é que, com um real mais forte e inflação em controle, a economia possa retomar uma trajetória mais equilibrada.