O dólar encerrou o ano de 2024 com um aumento acumulado de 27,35%, a maior valorização anual desde 2020, impulsionada por fatores internos e externos. Entre as principais razões para essa alta, destacam-se as incertezas fiscais no Brasil, especialmente em relação ao pacote de cortes de gastos anunciado pelo governo, além de conflitos internacionais e a política monetária dos Estados Unidos. Embora o governo brasileiro tenha implementado medidas para controlar o déficit fiscal, o mercado continua cético quanto à eficácia dessas ações para manter a estabilidade fiscal e reduzir a dívida pública.
Em dezembro, a moeda norte-americana oscilou, mas a intervenção do Banco Central, por meio da venda de dólares, tentou conter a alta, que chegou a ultrapassar os R$ 6,24. No entanto, o quadro fiscal do Brasil continua sendo uma das maiores preocupações dos investidores. A proposta inicial de cortar gastos em R$ 71,9 bilhões foi revista pelo Congresso, reduzindo a economia estimada para R$ 69,8 bilhões, o que gerou críticas entre analistas financeiros. Para especialistas, os cortes são insuficientes para garantir o equilíbrio fiscal necessário a médio e longo prazo.
Além disso, o déficit fiscal do setor público consolidado em novembro de 2024 foi de R$ 6,6 bilhões, uma melhoria em relação ao ano anterior, mas ainda um sinal de fragilidade fiscal. As estatais também apresentaram resultados negativos, com a expectativa de que este seja o pior desempenho contábil desde o início da série histórica. O mercado segue atento ao andamento das reformas fiscais e à capacidade do governo de garantir o controle da dívida, o que será crucial para a evolução do câmbio e da economia brasileira em 2025.