O alívio nas taxas de juros observado na quarta-feira, 22, foi impulsionado pela queda do dólar, que contribuiu para uma diminuição nos prêmios de risco. Apesar de uma leve recuperação das taxas no fim da sessão devido a um movimento técnico, a percepção de um posicionamento mais pragmático do presidente dos EUA em relação às tarifas sobre a China foi destacada como fator crucial para esse alívio. O enfraquecimento do dólar foi apontado como o principal responsável pela redução dos juros futuros, segundo especialistas do mercado financeiro.
O pragmatismo do presidente Donald Trump, que anunciou uma tarifa de 10% para as importações da China a partir de fevereiro, foi considerado um movimento mais equilibrado, comparado às promessas de tarifas mais altas feitas durante sua campanha. A medida, segundo analistas, reflete a preocupação de que uma ação inflacionária excessiva poderia prejudicar a economia dos EUA, especialmente dado que a inflação foi um dos principais temas que o elegeu. Esse comportamento do governo Trump também é visto como uma forma de negociação, com a expectativa de que as tarifas não sejam impostas de imediato.
Além disso, o mercado financeiro também aguarda com atenção a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima quarta-feira, 29, com expectativas sobre novas sinalizações de política monetária e ajustes nas projeções de inflação. A possibilidade de novas altas na taxa de juros, juntamente com a especulação sobre a continuidade do forward guidance, gera incerteza e ansiedade no mercado, que observa de perto as decisões que podem impactar as perspectivas econômicas para o Brasil.