O dólar voltou a alcançar R$ 5,91 no período da tarde, o que contribuiu para a elevação dos juros mais curtos, impulsionados pelo índice de preços ao consumidor (IPCA-15), que superou as previsões do mercado. Ao mesmo tempo, a incerteza sobre as medidas do governo para controlar a alta dos preços de alimentos gerou preocupação entre operadores. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, sugeriu uma possível redução de alíquota de importação para produtos com preços mais elevados no mercado interno, uma medida vista com ressalvas por analistas devido a possíveis impactos fiscais e a interpretação de interferência de preços.
Em relação aos juros futuros, a taxa para janeiro de 2026 subiu para 15,14%, e as taxas para janeiro de 2027 também avançaram, atingindo 15,37%. Esses aumentos refletem a incerteza quanto às perspectivas de inflação, que seguem incertas. O IPCA-15 de janeiro, com alta de 0,11%, contrariou as previsões do mercado, o que levou algumas instituições a revisar suas projeções para o índice de preços. O Barclays, por exemplo, alterou sua previsão para o IPCA fechado de janeiro, elevando-a de uma queda de 0,1% para um aumento de 0,1%.
O mercado continua atento às propostas do governo para lidar com a alta dos alimentos. Embora a proposta de redução de alíquotas de importação tenha sido vista com alguma preocupação por analistas, o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, acredita que o impacto fiscal da medida será limitado. Em sua visão, a principal aplicação das alíquotas de importação recai sobre bens industrializados, e não sobre alimentos, o que minimiza o efeito sobre a política fiscal e a arrecadação do governo.