O dólar iniciou o pregão desta sexta-feira, 10 de janeiro, com investidores avaliando os dados mais recentes sobre a inflação no Brasil. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação do país, registrou um aumento de 4,83% em 2024, ultrapassando o teto da meta do Conselho Monetário Nacional, que era de 4,5%. Este é o terceiro ano consecutivo em que a inflação brasileira ultrapassa o limite estabelecido. Com isso, o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, precisará enviar uma explicação sobre os motivos do descumprimento da meta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Em resposta à inflação mais alta, o Banco Central deverá seguir com sua política de aumento da taxa Selic, atualmente em 12,25% ao ano. Algumas projeções indicam que os juros podem alcançar até 16% ao ano. Essa política tem como objetivo conter a aceleração da inflação, que segue em um patamar acima do desejado, o que afeta diretamente o poder de compra e a economia do país. No mercado financeiro, o foco também está voltado para os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que são aguardados com atenção, uma vez que influenciam diretamente as decisões do Federal Reserve sobre a política monetária americana.
O mercado de ações também teve destaque, com o índice Ibovespa apresentando uma leve alta de 0,13%, aos 119.781 pontos, mas acumulando perdas no mês e no ano. O dólar, por sua vez, teve uma queda de 1,11% no fechamento do dia anterior, cotado a R$ 6,0411. Apesar da retração recente, o dólar acumula uma alta significativa de quase 28% em 2024, refletindo as incertezas econômicas e o cenário de juros elevados no Brasil. A situação exige cautela por parte dos investidores, com a expectativa de mais volatilidade nos próximos meses.