O dólar fechou abaixo de R$ 6 nesta quarta-feira (22), um movimento que não acontecia desde 11 de dezembro. A queda reflete um cenário de incertezas internas e externas, com destaque para a política econômica dos Estados Unidos e o cenário fiscal brasileiro. A expectativa de que as medidas protecionistas do novo presidente dos EUA seriam mais rigorosas não se concretizou, e a postura mais amena adotada gerou uma percepção mais favorável nos mercados. Além disso, o fluxo de dólares para o Brasil tem aumentado, impulsionado por operações como a venda de participação da Cosan na Vale, o que elevou a oferta da moeda.
No Brasil, a questão fiscal ainda é um dos principais fatores de risco para o câmbio. Embora a percepção de que o déficit público de 2024 não será tão elevado quanto o temido tenha ajudado a acalmar os mercados, as incertezas quanto ao futuro da economia e a trajetória da dívida pública continuam a impactar a confiança dos investidores. O Banco Central também tem papel relevante nesse cenário, com a expectativa de que a instituição mantenha a alta dos juros para controlar a inflação e ancorar as expectativas econômicas.
As perspectivas para o dólar ainda são incertas, com analistas divididos sobre se a moeda continuará a cair, se estabilizará ou se voltará a superar os R$ 6. A situação econômica interna, marcada pela necessidade de ajustes fiscais e pela reação dos mercados a novos sinais vindos do exterior, continua sendo um fator determinante para o comportamento do câmbio nos próximos meses. A atenção dos investidores segue voltada para os dados econômicos de 2024 e para as medidas que serão adotadas tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.