Em janeiro de 2023, a Americanas revelou um rombo contábil de R$ 20 bilhões, o que levou à renúncia de seus principais executivos e à queda acentuada de suas ações. O escândalo resultou em uma investigação interna, além da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso, embora sem conclusões definitivas sobre responsabilidades até o final de 2023. A empresa, que enfrentou uma queda de 99,5% em suas ações, entrou com pedido de recuperação judicial e iniciou um longo processo de renegociação de sua dívida, que chegou a R$ 47,9 bilhões. O apoio de credores foi crucial para a aprovação do plano de reestruturação no final de 2023.
A investigação revelou que a fraude estava relacionada à manipulação de contratos de propaganda cooperada, usados para mascarar a real situação financeira da empresa. Esses contratos, que não foram pagos ou documentados corretamente, permitiram superfaturar os resultados e reduzir artificialmente as obrigações com fornecedores. A prática de “VPCs” (verbas de propaganda cooperada) foi central no esquema, e os auditores externos da companhia também enfrentaram questionamentos sobre sua atuação no caso.
Apesar do impacto devastador e da perda de credibilidade, a Americanas tem se reestruturado ao longo dos últimos dois anos. Em 2024, a empresa conseguiu registrar lucro de R$ 10 bilhões no terceiro trimestre, sinalizando uma possível recuperação após um período de grandes dificuldades financeiras. A empresa agora aposta em uma operação mais ágil e eficiente como parte de seu plano de transformação, que busca restaurar sua rentabilidade e estabilidade no mercado.