A dívida bruta do Brasil encerrou o ano de 2024 em 76,1% do Produto Interno Bruto (PIB), representando um aumento de 2,2 pontos percentuais em comparação com o ano anterior. O valor total da dívida atingiu R$ 9 trilhões, considerando a soma das obrigações do governo federal, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e dos governos estaduais e municipais. Esse indicador é um dos mais observados pelos investidores, pois a relação entre a dívida e o PIB ajuda a avaliar a sustentabilidade fiscal do país.
Apesar do crescimento, o patamar de 2024 não foi ainda mais alto devido à venda recorde de dólares pelo Banco Central no fim do ano, que provocou uma queda nas reservas internacionais. Isso resultou numa redução de 1,6 ponto percentual da dívida em relação ao PIB, ao mesmo tempo em que afetou a política monetária e diminuiu o volume de operações compromissadas. Contudo, especialistas alertam que o alívio momentâneo não altera a trajetória de crescimento da dívida nos próximos anos, especialmente devido à expansão dos gastos públicos e à alta nas taxas de juros.
Em projeções mais longas, o Tesouro Nacional estima que a dívida bruta pode atingir 83,1% do PIB em 2028, caso não sejam implementadas novas medidas de arrecadação. Alguns analistas do mercado financeiro preveem que esse número possa ultrapassar 90% do PIB em 2029, o que seria considerado insustentável. A única vez que a dívida ultrapassou 80% do PIB foi durante a pandemia de Covid-19, e o cenário atual preocupa economistas e investidores sobre a capacidade do país de sustentar esse nível de endividamento.