Recentemente, um vídeo viralizou nas redes sociais mostrando um turista utilizando um dispositivo para bloquear o sinal Bluetooth de uma caixa de som em uma praia. O aparelho interfere na comunicação entre o celular e o equipamento de som, fazendo com que o som cesse. Embora o ato tenha sido aplaudido por alguns como uma maneira de combater a poluição sonora, especialistas alertam que o uso desse dispositivo no Brasil é ilegal, uma vez que ele não é homologado pela Anatel, a agência reguladora de telecomunicações do país. A venda e utilização de aparelhos que geram interferência em sinais sem fio, conhecidos como jammers, são proibidas, exceto em situações específicas envolvendo órgãos públicos autorizados.
Esse tipo de tecnologia, chamado de “jamming”, emite sinais de alta intensidade para interromper as comunicações sem fio na mesma frequência usada por dispositivos como Wi-Fi, telefones sem fio e drones. Embora o dispositivo mostrado no vídeo seja limitado ao bloqueio de conexões Bluetooth, seu funcionamento pode afetar outros aparelhos operando na faixa de 2,4 GHz. A técnica de jamming pode ser prejudicial, interferindo em dispositivos essenciais e até mesmo colocando em risco a operação de equipamentos críticos, como sistemas de navegação de aeronaves e dispositivos militares.
De acordo com a legislação brasileira, apenas órgãos públicos, como as Forças Armadas e algumas agências de segurança, podem utilizar esse tipo de tecnologia, e mesmo assim, com a anuência da Anatel. A compra, venda e uso desses aparelhos sem a devida autorização podem gerar riscos de interferência em outros sistemas de telecomunicações, que são essenciais para o funcionamento de serviços de emergência, segurança pública e outros setores vitais. Assim, especialistas recomendam cautela e alertam para os danos que a popularização desses dispositivos ilegais poderia causar.