Os ministros da diplomacia de dez países da América Latina e Caribe, incluindo o Brasil, expressaram grave preocupação sobre os planos de uma deportação em massa de migrantes, anunciados pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Em uma declaração conjunta divulgada na sexta-feira (17), os países manifestaram que essa medida seria incompatível com os direitos humanos e ressaltaram a necessidade de uma abordagem mais humanitária e eficaz para lidar com as causas estruturais da migração. O posicionamento não apontou diretamente para nenhum país, mas destacou a relevância de se respeitar o direito internacional e os direitos humanos no tratamento de migrantes.
A declaração, assinada por países como México, Colômbia, Cuba e Venezuela, reiterou que todos os migrantes, independentemente de seu status migratório, têm direitos fundamentais e inalienáveis, os quais devem ser respeitados pelos Estados. Os países também se comprometeram a proteger os migrantes contra a criminalização e o crime organizado, que frequentemente se aproveita da vulnerabilidade dessas pessoas. Em seu conteúdo, a nota destaca a importância de uma gestão mais justa e humana da migração, sem recorrer a medidas punitivas como as deportações em massa.
Além disso, os países signatários sugeriram a retomada das discussões sobre migração no âmbito da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), a fim de criar um espaço de diálogo mais amplo e cooperativo. Essa proposta visa promover soluções colaborativas e evitar que as questões relacionadas à migração se agravem em um contexto de tensões políticas e sociais. O México, em conjunto com outros governos da região, também tem buscado maneiras de coordenar esforços para proteger os direitos dos migrantes na rota norte do continente.