O governo brasileiro comemorou o início do cessar-fogo entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, embora fontes do Itamaraty tenham destacado a necessidade de cautela em relação à continuidade do acordo. A primeira etapa, de 42 dias, iniciou com a libertação de reféns israelenses e a promessa de devolução de presos palestinos, além de uma pausa nos combates em Gaza, com a manutenção da ação militar israelense na Cisjordânia. A trégua permite também o aumento da ajuda humanitária, mas os diplomatas ressaltam que o cumprimento do cronograma ainda precisa ser monitorado de perto.
Apesar do avanço inicial, o Itamaraty observa que o Hamas segue sendo uma presença relevante na região, com sua hostilidade persistindo contra Israel. Isso, somado ao enfraquecimento da Autoridade Palestina, gera incertezas sobre a legitimidade de uma liderança palestina que possa surgir no pós-guerra. A diplomacia brasileira reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com a criação de um Estado palestino independente ao lado de Israel, mas as perspectivas para que isso se concretize são incertas.
Ademais, o contexto internacional também influencia as negociações. Diplomatas observam que algumas figuras-chave nos Estados Unidos defendem a continuidade de assentamentos israelenses na Cisjordânia, o que dificulta a busca por um acordo duradouro. Embora o acordo de cessar-fogo seja visto como um passo positivo, especialistas no Brasil alertam que o caminho até uma resolução permanente será longo e repleto de desafios, exigindo vigilância constante sobre os próximos passos do processo.