A Diageo, gigante britânica de bebidas alcoólicas, está revisando seu portfólio de marcas e ativos, com foco na possível venda ou cisão da Guinness, sua famosa marca de cerveja. A avaliação inclui também a reconsideração de sua participação de 34% na divisão de bebidas da LVMH, Moët Hennessy. O movimento surge enquanto a CEO Debra Crew enfrenta desafios de crescimento, com a empresa enfrentando quedas nas vendas, especialmente na China e nos Estados Unidos, e dificuldades no Brasil e México devido a excessos de estoque. Além disso, a Diageo está considerando a venda de outras marcas, como a vodka Ciroc, e buscando reduzir sua dívida crescente.
A revisão de portfólio ocorre em meio a um cenário econômico desafiador, com aumento da inflação e das taxas de juros, impactando o consumo de bebidas alcoólicas. O impacto dessa situação foi particularmente notável na América Latina, onde as vendas caíram significativamente. A empresa também está avaliando como lidar com sua crescente dívida, que chegou a US$ 21,5 bilhões no final de junho de 2024. A atuação de Crew e do novo CFO Nik Jhangiani será decisiva para a definição do futuro da Diageo, que precisa equilibrar a redução de custos e o foco em crescimento e rentabilidade.
Apesar de enfrentar uma desaceleração nas vendas de destilados e cervejas, a Diageo tem mostrado resiliência em algumas áreas, como a tequila Don Julio e o uísque Crown Royal. No entanto, a pressão para reverter a queda no desempenho global e melhorar sua posição financeira permanece intensa. Quando a empresa divulgar seus resultados financeiros no próximo mês, analistas esperam uma revisão de suas metas de crescimento, além de sinais de que está controlando melhor a dívida e reagindo à desaceleração no mercado global de bebidas alcoólicas.