No dia 20 de janeiro, celebra-se São Sebastião na Igreja Católica, enquanto no Candomblé e na Umbanda é comemorado o Dia de Oxóssi, orixá das matas e protetor da natureza. Oxóssi, conhecido por sua precisão e habilidade como caçador, é representado por símbolos como o arco e flecha, além de ser associado à sabedoria, astúcia e prosperidade. Seu sincretismo com São Sebastião e São Jorge, principalmente no Brasil, reflete a adaptação dos povos escravizados, que ocultavam suas práticas religiosas diante da repressão cristã. Em muitas regiões, o orixá é visto também como um guerreiro protetor, provedor de fartura e guia espiritual.
Oxóssi é amplamente reverenciado por sua conexão com a natureza, sendo considerado um mestre das ervas e um grande estrategista. No Candomblé, ele está ligado à terra e ao ar, com um caráter solitário e observador, e é um orixá que simboliza a busca pelo sustento e pela superação de desafios. A prática de oferendas, especialmente na quinta-feira, envolve o uso de alimentos como milho, frutas e sementes, muitas vezes dispostos sobre folhas, respeitando sua ligação com a sustentabilidade e o ciclo natural da vida.
Os mitos de Oxóssi, como a história de seu rapto por Ossain e sua aprendizagem nas florestas, reforçam sua figura de protetor da natureza e conhecedor dos mistérios das plantas. Segundo as lendas, ele foi resgatado por Ogum, mas se afastou de sua mãe, Iemanjá, em razão de um desentendimento, retornando à mata como aliado de Ossain. Seu culto no Brasil é um reflexo das tradições trazidas pelos povos africanos, especialmente aqueles que pertenciam a culturas que o reverenciavam antes da diáspora. Oxóssi segue sendo um símbolo de coragem, independência e conexão com a floresta.