Mais de R$ 7 milhões foram desviados de uma unidade da APAE de Bauru, no interior de São Paulo, em um esquema envolvendo desvio direto de verbas, superfaturamento de notas fiscais e a criação de empregos fictícios. A investigação revelou que recursos públicos, fundamentais para o atendimento a pessoas com deficiências, foram direcionados para contas pessoais de envolvidos na gestão da instituição, incluindo funcionários e empresários que participavam do esquema. Produtos e serviços contratados, como materiais de limpeza, eram pagos sem serem entregues. A descoberta do golpe ocorreu após dificuldades financeiras na instituição, o que levou um fisioterapeuta a questionar os pagamentos e perceber indícios de irregularidades.
O caso tomou um novo rumo com o desaparecimento de uma das principais envolvidas, que foi vista pela última vez em companhia do presidente da APAE de Bauru. Testemunhas apontam que um disparo de arma de fogo foi ouvido, e as investigações subsequentes indicaram que a vítima teria sido assassinada, com o corpo desaparecido. O caso gerou grande repercussão e novas investigações sobre o desvio de recursos, levando à prisão de vários envolvidos. Embora a defesa dos acusados refute as acusações, as evidências materiais, como manchas de sangue e cápsulas de arma, sustentam a hipótese do crime.
Com a prisão de figuras chave do esquema, a gestão da APAE de Bauru foi assumida por voluntários da instituição, que buscam recuperar a credibilidade e assegurar que os serviços essenciais à comunidade continuem sendo prestados. A situação revelou também uma rede de favorecimentos pessoais, como o emprego de familiares de funcionários sem a devida presença no trabalho, o que levantou questões sobre práticas de nepotismo e corrupção dentro da organização. A investigação segue em andamento, com o objetivo de desmantelar completamente a rede de fraude que afetou uma entidade de grande importância social.