Em Campinas e região, um levantamento revela que a maior parte dos presos é composta por pessoas negras, com baixa escolaridade e envolvidas, principalmente, com crimes relacionados ao tráfico de drogas e crimes contra o patrimônio. Segundo especialistas, esses dados refletem uma realidade de desigualdade social que atinge as camadas mais vulneráveis da população. A análise dos números de encarceramento, considerando o primeiro semestre de 2024, aponta para uma superlotação de unidades prisionais, que abrigam 20% a mais do que a capacidade prevista. A maioria dos presos está em faixa etária jovem, com idade entre 18 e 45 anos.
A maioria da população prisional na região tem baixo nível educacional, com 32,6% tendo ensino fundamental incompleto e 22,7% não concluindo o ensino médio. Além disso, 43,2% dos detentos respondem por crimes relacionados ao tráfico de drogas, enquanto 41,2% são envolvidos em delitos contra o patrimônio, como furtos e roubos. A população carcerária também apresenta um alto índice de reincidência, o que é atribuído à falta de iniciativas eficazes de reintegração social. Os especialistas apontam que a prisão, no Brasil, está diretamente ligada à desigualdade social, uma vez que os mais afetados por essa realidade são os grupos mais marginalizados.
Para combater essa situação, especialistas defendem a implementação de políticas públicas que promovam a reintegração dos detentos, com oportunidades de trabalho, educação e atividades culturais e esportivas dentro das unidades prisionais. Além disso, é sugerido que as condições de encarceramento melhorem, com foco na salubridade e no respeito à dignidade humana. Contudo, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) não se posicionou oficialmente sobre as questões levantadas pelos especialistas até o momento.