Um estudo da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), publicado em 2024, revelou que mais de 75% das terras do mundo se tornaram mais secas nas últimas três décadas. O fenômeno da desertificação, que resulta de uma degradação contínua dos ecossistemas secos, está se espalhando principalmente por ações humanas, como desmatamento, uso inadequado do solo e da água, e urbanização. No Brasil, as regiões mais afetadas incluem o Nordeste, com destaque para áreas como Seridó, Sertão do São Francisco e a Caatinga, que vêm sofrendo intensificação da desertificação devido à remoção da vegetação nativa.
De acordo com a pesquisa, até 2050, três em cada quatro pessoas no mundo sentirão os efeitos da seca, com impactos como aumento das temperaturas, perda de nutrientes do solo e dificuldades para o cultivo de alimentos. A desertificação afeta particularmente a Europa, partes dos Estados Unidos, Brasil, algumas regiões da Ásia e a África central. O estudo alerta que as consequências desse processo podem comprometer a segurança alimentar e hídrica em diversas regiões do planeta.
No entanto, o estudo também aponta soluções possíveis para mitigar o processo, como o reflorestamento de áreas degradadas e a adoção de práticas agrícolas sustentáveis, especialmente no Nordeste brasileiro, onde a agricultura familiar tem mostrado resultados positivos na convivência com o semiárido. A preservação do solo e a implementação de políticas públicas que valorizem essas práticas tradicionais são fundamentais para combater a desertificação e garantir a sustentabilidade das regiões afetadas.