Em 2021, foi descoberta uma nova espécie de sapo do gênero Pseudopaludicola, chamada Pseudopaludicola chimaera, na cidade de Marianópolis do Tocantins. Essa rãzinha, com menos de 1,5 cm, apresentou características morfológicas e acústicas únicas, combinando elementos de duas espécies próximas. Seu canto se assemelha ao de P. pocoto, uma espécie com vocalização semelhante a uma galopada, enquanto sua morfologia a conecta ao grupo P. saltica, que é caracterizado por pernas longas. Durante a expedição inicial, os pesquisadores já suspeitaram que estavam diante de uma nova espécie devido às suas peculiaridades.
Em 2022, a equipe de pesquisa conseguiu identificar mais indivíduos e confirmar a descoberta. A principal característica que diferencia a P. chimaera de outras espécies do gênero é a combinação de seu canto, semelhante ao de P. pocoto, e a morfologia de suas pernas longas, típicas do grupo P. saltica. O nome “chimaera” foi escolhido para refletir essa fusão de características, inspirado na mitologia grega, que descreve uma criatura composta por partes de diferentes animais. A espécie é conhecida apenas na região onde foi encontrada, e a sua raridade coloca em destaque a importância da preservação ambiental.
O pesquisador Leandro Alves da Silva destaca a necessidade de proteger o Cerrado, habitat dessa nova espécie, uma vez que as atividades humanas, especialmente o agronegócio, têm avançado na região do Matopiba, potencialmente ameaçando o ecossistema local. Apesar de ainda não haver informações conclusivas sobre os impactos diretos dessas atividades na sobrevivência da P. chimaera, os pesquisadores alertam para a importância de garantir a conservação dessa área para a proteção não apenas da espécie recém-descoberta, mas também do equilíbrio ambiental da região.