No Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, foi discutido o trilema entre mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável e a classe média, ressaltando a necessidade de ações coordenadas para enfrentá-los. Durante um dos painéis, foi abordada a expectativa de que os países membros da OCDE invistam até 2% de seus PIBs em políticas industriais verdes nos próximos anos, com o objetivo de mitigar as mudanças climáticas, reduzir a pobreza global e proteger trabalhadores e consumidores de economias avançadas.
O agronegócio foi destacado como um setor-chave para enfrentar esse desafio. Gilberto Tomazoni, CEO da JBS, e o ativista Al Gore enfatizaram a importância de investir na agricultura, especialmente em tecnologias de captura de carbono através da agricultura regenerativa. Segundo Gore, o apoio financeiro aos agricultores durante a transição para um novo modelo de produção é fundamental, dado que os eventos climáticos extremos têm tornado suas propriedades mais vulneráveis.
Porém, o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola da ONU (Ifad) alertou que apenas uma pequena fração dos investimentos em mudanças climáticas é destinada aos sistemas alimentares e, dentro deste, uma menor parte chega aos pequenos produtores. Estes, de acordo com Tomazoni, têm grande potencial para contribuir na captura de até 20% das emissões globais de CO2, e necessitam de apoio técnico e financeiro para se adaptarem a práticas agrícolas mais sustentáveis. O fortalecimento da agricultura poderia reduzir a pobreza, impulsionar o desenvolvimento econômico e avançar na luta contra as mudanças climáticas.