As ações das varejistas brasileiras registraram quedas significativas no final de 2024, com uma retração de 19% nos últimos três meses, superando a baixa de 9% do índice Ibovespa no mesmo período. O cenário reflete a preocupação dos investidores com um possível “pouso forçado” da economia, impulsionado por pressões inflacionárias e uma política fiscal frouxa. A desvalorização do real, que atingiu R$ 6,11 por dólar, também agravou o panorama para o setor, embora a demanda interna se mantenha positiva devido à resiliência do mercado de trabalho e à confiança dos consumidores.
Nesse contexto, o Goldman Sachs recomenda atenção às varejistas com balanços equilibrados e perfis defensivos. Azzas 2154 (AZZA3), Lojas Renner (LREN3) e Raia Drogasil (RADL3) são destaques devido a potenciais de valorização relacionados à recuperação operacional, ganhos de eficiência e margens mais sólidas. No varejo alimentar, Carrefour Brasil (CRFB3) e Assaí (ASAI3) também apresentam perspectivas de crescimento, com expectativas de aumento nas vendas de 9% e 10%, respectivamente, em 2025, mesmo em meio às pressões inflacionárias e juros elevados.
Por fim, ajustes de preços no setor de vestuário também foram observados, com destaque para a Riachuelo, que liderou os aumentos, e para a Renner, que priorizou categorias específicas como básicos e esportes. Embora promoções tenham continuado entre algumas marcas, o número de itens com desconto foi reduzido. O cenário geral aponta que, apesar dos desafios macroeconômicos, há oportunidades de investimento para empresas resilientes e bem posicionadas.