No dia 1º de fevereiro, a Câmara dos Deputados escolherá seu novo presidente para o biênio seguinte. A sucessão de Arthur Lira (PP-AL) marca um momento de transição, com desafios relacionados à adaptação ao cargo e ao reposicionamento político após deixar a presidência da Casa. Ex-presidentes entrevistados destacam que a experiência de liderar a Câmara pode gerar um desconforto ao retornar ao plenário, uma vez que o poder decisório é perdido. Além disso, as relações políticas e as antigas amizades podem amenizar o impacto dessa mudança brusca.
A transição do poder na Câmara exige uma compreensão de que o mandato presidencial é efêmero. Ex-presidentes como Michel Temer e Marco Maia mencionam que a chave para uma transição tranquila está em não esperar prolongamento de poder e focar em uma atuação mais serena, sem disputar os holofotes. Além disso, a importância do papel de um ex-presidente não se limita à sua visibilidade pública, mas sim à sua capacidade de contribuir com a Câmara por meio de sua experiência, buscando sempre uma forma de influenciar de maneira mais discreta e eficaz.
Entre os principais desafios apontados pelos ex-presidentes está a crescente influência do Legislativo sobre o Orçamento, o que tem gerado tensões com o Executivo e o Judiciário. A necessidade de restabelecer os limites entre os poderes, promovendo uma relação harmoniosa, foi citada como essencial para o próximo presidente da Casa. A construção de acordos, a defesa da democracia e a regulamentação de reformas, como a tributária, também se destacam como prioridades para o futuro líder da Câmara.