Em média, cada brasileiro gera cerca de um quilo de resíduos sólidos urbanos (RSU) por dia, o que resulta em aproximadamente 81 milhões de toneladas anuais no país. Apesar de grande parte desse lixo ser coletado, a destinação final ainda é um grande desafio. Somente 58,5% dos resíduos são encaminhados para aterros sanitários legalizados, enquanto o restante é descartado de maneira irregular, em lixões e áreas públicas. Além disso, a taxa de reciclagem é alarmantemente baixa, com apenas 8,3% do total de resíduos sendo reaproveitado.
As desigualdades regionais na gestão de resíduos são notáveis, com o Sudeste sendo a região que mais gera lixo e o Norte e Nordeste enfrentando maiores dificuldades na coleta e destinação adequadas. Especialistas sugerem que a solução para o problema passa por uma combinação de educação ambiental, maior incentivo à coleta seletiva e políticas públicas eficazes. A formalização e valorização do trabalho dos catadores, responsáveis pela coleta de grande parte do material reciclável, também são fundamentais para melhorar as taxas de reaproveitamento.
Outra possibilidade para a gestão mais eficiente dos resíduos é o aproveitamento de resíduos orgânicos para a produção de biometano, um combustível renovável. No entanto, o Brasil ainda está em estágios iniciais na implementação dessa tecnologia, com poucas plantas de biometano funcionando. Além disso, a erradicação dos lixões, prevista pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), ainda não foi completamente alcançada, com cerca de 3 mil lixões operando no país. Para avançar, é necessário fortalecer a infraestrutura de gestão e aumentar os investimentos em tecnologias sustentáveis, além de engajar a sociedade em práticas de consumo consciente.