Após o assassinato de sua avó, uma importante liderança quilombola, Wellington Gabriel de Jesus dos Santos enfrenta uma série de desafios que afetaram sua vida pessoal e profissional. Aos 24 anos, ele vive sob escolta policial 24 horas por dia, após ser forçado a deixar seu emprego na indústria petroquímica e interromper sua carreira musical devido ao risco de violência. A morte de sua avó, ocorrida em agosto de 2023, evidenciou a crescente insegurança na região do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Salvador, e trouxe um impacto profundo na saúde mental e bem-estar de seus familiares.
A situação de Wellington reflete um quadro mais amplo de negligência por parte das autoridades em relação à proteção e ao apoio à comunidade quilombola. Além da falta de assistência psicológica, a família de Mãe Bernadete, como é conhecida sua avó, denuncia falhas no programa de proteção a defensores de direitos humanos, que não impediu o crime. A ausência de ações concretas para melhorar as condições de vida dos quilombolas, como a transformação de uma unidade prisional local em uma escola ou centro de saúde, também agrava a situação de abandono e desamparo.
A ação judicial movida pela família busca uma reparação por danos morais, cobrando a falha na proteção de Mãe Bernadete, e questiona a promessa de medidas compensatórias por parte do governo estadual que nunca foram cumpridas. A história de violência e abandono que atinge a comunidade quilombola de Pitanga dos Palmares destaca os desafios de uma população historicamente marginalizada e o fracasso das autoridades em oferecer soluções que promovam a justiça e a dignidade para seus membros.