Nos últimos anos, a Prefeitura de São Paulo tem autorizado a derrubada de milhares de árvores na cidade, com a promessa de replantio em áreas determinadas. Recentemente, a remoção de cerca de cem árvores na Rua Sebastião Cortez, em Perdizes, gerou preocupações devido ao impacto ambiental e à falta de compensação adequada. A área, composta por vegetação de preservação permanente e com declives acentuados, foi palco de disputas jurídicas, sendo que a Promotoria de Justiça entrou com uma denúncia que resultou na suspensão do corte. O caso é emblemático, pois exemplifica as tensões entre desenvolvimento urbano e proteção ambiental na cidade.
A situação destaca os riscos associados à derrubada indiscriminada de árvores, especialmente em áreas de grande importância ecológica. Em Perdizes, a remoção das árvores comprometeu a estabilidade de encostas, agravando os impactos das chuvas e gerando deslizamentos de terra que afetaram a rua. A população local expressou frustração, não apenas com as mudanças no ambiente, mas também com os danos à fauna local, como a perda de ninhos e da biodiversidade. A justiça tem atuado para barrar projetos que envolvem a destruição de vegetação sem a devida compensação, o que tem gerado uma série de paradas de obras na cidade.
Além de Perdizes, outras áreas da capital paulista também enfrentam situações semelhantes, como a construção de um incinerador em São Mateus e projetos imobiliários em áreas de Mata Atlântica, onde a derrubada de árvores foi contestada judicialmente. A Secretaria do Verde e Meio Ambiente de São Paulo afirmou que suspendeu algumas autorizações e está avaliando o impacto ambiental de diversas obras. A polêmica crescente sobre o uso de licenças ambientais e a preservação de áreas verdes mostra a complexidade das decisões urbanísticas e os desafios da gestão ambiental na metrópole.