A Câmara dos Deputados aprovou recentemente uma ampliação no uso da cota parlamentar, permitindo que os parlamentares utilizem o recurso para cobrir despesas com despacho de bagagens e serviços de acesso à internet durante os voos. A alteração foi publicada no final de dezembro, antes do recesso parlamentar, e confirmada por veículos de imprensa. Este é mais um benefício concedido em um momento de preparação para a eleição de um novo presidente da Casa, aumentando os gastos com a cota parlamentar, que já somam R$ 228,7 milhões, sendo R$ 35,3 milhões destinados às passagens aéreas.
Além disso, a cota parlamentar cobre uma ampla gama de despesas, como passagens terrestres, serviços de táxi, aluguel de imóveis para escritórios, combustíveis e até hospedagem fora do Distrito Federal. O uso da cota tem sido alvo de questionamentos, principalmente em relação à destinação dos recursos, com casos de possível desvio sendo investigados pela Polícia Federal. Em 2024, duas operações de busca e apreensão foram realizadas para apurar o uso indevido dessa verba pública, incluindo suspeitas de associação criminosa e desvio de recursos destinados a atividades parlamentares.
Apesar das amplas autorizações para o uso da cota, o seu controle tem sido questionado, com relatos de gastos inadequados, como viagens pessoais e despesas com bebidas alcoólicas. A ampliação das permissões para o uso da cota segue em paralelo a investigações em andamento, enquanto a Polícia Federal continua a monitorar a possível utilização irregular desses recursos. O debate sobre a transparência e a fiscalização desses gastos permanece relevante, dado o impacto financeiro que eles têm para os cofres públicos.