A promessa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de realizar uma deportação em massa de imigrantes ilegais pode ter efeitos econômicos significativos, especialmente no setor agrícola. De acordo com dados da USDA, 42% da mão de obra no agronegócio dos EUA é composta por imigrantes ilegais, e esse número sobe para quase 70% quando considerados todos os imigrantes, tanto ilegais quanto legais. A concentração desses trabalhadores é especialmente alta na Califórnia, principal polo de produção de alimentos do país.
A deportação em massa, conforme alerta o analista Gabriel Monteiro, pode resultar em um aumento significativo nos custos de produção, o que impactaria diretamente os preços dos alimentos, gerando inflação. A escassez de trabalhadores no setor agrícola provavelmente levaria a um aumento nos preços dos produtos, afetando o consumidor final. A situação é especialmente delicada no contexto atual, com a economia americana já enfrentando desafios internos.
Além do agronegócio, outros setores, como a construção civil, que também emprega um grande número de imigrantes, podem ser severamente afetados. Estudo citado pelo analista aponta que o PIB dos Estados Unidos poderia sofrer uma queda de até 8% caso a promessa de deportação em massa seja cumprida, criando um dilema para a administração de Trump, que precisaria equilibrar suas políticas de imigração com as necessidades econômicas do país.