Carlos Vinícius de Jesus, de 29 anos, foi um dos 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos no dia 25 de janeiro de 2025. Natural de Belo Horizonte, Carlos havia tentado entrar ilegalmente nos EUA para melhorar a vida de sua família. Após meses de travessia, incluindo uma jornada perigosa através de várias fronteiras, ele acabou sendo preso na Califórnia. Durante sua detenção, ele passou por condições adversas, como a conhecida “sala do gelo”, que afetou seu bem-estar físico e emocional. Apesar da frustração por não alcançar seus objetivos, ele expressou alívio por estar de volta ao Brasil, destacando que estar vivo era mais importante que qualquer bem material.
Durante a jornada, Carlos gastou cerca de R$ 170 mil, uma quantia que acumulou ao longo de sua vida. Ele mencionou que não recorreu a um “coiote” (agente que facilita a travessia ilegal) e descreveu sua travessia como extremamente difícil, incluindo longas caminhadas e riscos constantes. Contudo, sua determinação em proporcionar uma vida melhor para os filhos e a mãe o motivaram a seguir em frente, apesar das dificuldades que encontrou ao longo do caminho.
De volta ao Brasil, Carlos expressou o desejo de recomeçar sua vida com a família, valorizando aspectos simples da vida que antes não percebia. Depois de meses longe de sua casa e dos filhos, ele se mostrou ansioso para trabalhar novamente como frentista e aproveitar o tempo com aqueles que ama. Refletindo sobre sua experiência, afirmou que aprendeu a dar mais valor às coisas simples, como um prato de comida, um banho quente e a convivência familiar. Ele reafirmou que não pretende mais sair do Brasil, temendo as consequências de uma nova tentativa de migração.