O Brasil registrou em 2024 o maior número de denúncias de trabalho análogo à escravidão desde o início da série histórica, conforme dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Foram 3.959 denúncias protocoladas, um aumento de 15% em relação a 2023, consolidando uma tendência de crescimento que ocorre desde 2021. As queixas, recebidas principalmente pelo Disque 100 e o sistema ipê, apontam práticas como jornadas exaustivas, condições degradantes e restrição de locomoção devido a dívidas, situações descritas no artigo 149 do Código Penal brasileiro.
O levantamento também destaca um crescimento contínuo no número de denúncias nos últimos anos. Em 2021, foram registradas 1.918 denúncias, seguidas por 2.089 em 2022 e 3.430 em 2023. O aumento significativo demonstra uma maior conscientização e uso dos canais de denúncia disponíveis. Antes desse período, o maior número havia sido em 2013, com 1.743 relatos. Em 2024, a liderança das denúncias está concentrada em estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que juntos somam 1.822 casos, mais de 45% do total nacional.
Além disso, o governo divulgou que a chamada “lista suja” do trabalho escravo, que reúne empregadores relacionados a práticas ilegais, atingiu um recorde de 248 nomes. Esses números reforçam a importância de ações de combate e fiscalização para enfrentar a persistência do trabalho escravo e promover condições dignas de trabalho no Brasil.