O cenário da dengue no Brasil apresenta diferentes realidades entre as regiões, conforme dados do Ministério da Saúde divulgados no dia 30 de janeiro de 2025. Na Região Norte, o número de casos se mantém similar ao do ano anterior, com uma situação considerada não muito grave, enquanto o Nordeste registrou uma leve queda no total de infecções. Já nas regiões Centro-Oeste e Sul, houve uma redução significativa, impulsionada pela diminuição de casos no Distrito Federal, Goiás, Paraná e Santa Catarina. No entanto, o Sudeste, particularmente o estado de São Paulo, apresenta uma evolução preocupante, com o dobro de casos em comparação com as quatro primeiras semanas de 2024.
O aumento no número de casos de dengue, especialmente no Sudeste, está ligado à circulação crescente do sorotipo 3 do vírus, identificado em diversos estados, incluindo São Paulo e Paraná. Esse sorotipo, que não circulava predominantemente no Brasil desde 2008, é considerado um dos mais virulentos e pode causar formas mais graves da doença. Autoridades de saúde expressam preocupação, pois grande parte da população ainda não foi exposta ao DENV-3, o que pode gerar um cenário de epidemias em várias localidades. O aumento de casos e a potencial gravidade da infecção tornam o acompanhamento contínuo e as estratégias de prevenção ainda mais cruciais.
A dengue é causada pelo mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos distintos, que podem causar desde infecções leves até quadros graves. Embora uma infecção por um sorotipo ofereça imunidade contra ele, ela não impede infecções por outros sorotipos, aumentando o risco de formas severas da doença em infecções subsequentes. O Ministério da Saúde destaca que, em algumas regiões do Brasil, o sorotipo 1 predominou ao longo de 2024, mas o aumento da circulação do DENV-3 gera uma preocupação adicional com a saúde pública, principalmente devido ao risco de manifestações graves entre as pessoas suscetíveis.