Nos últimos dias, o Brasil tem registrado um aumento significativo nos casos de dengue, com os estados de São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Paraná e Santa Catarina concentrando 84% dos casos notificados. Em resposta, o Ministério da Saúde colocou essas regiões sob monitoramento, destacando que ainda não há uma emergência, mas um alerta. A abertura do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras arboviroses ocorreu em meio a essa tendência de crescimento, com previsão de maior incidência da doença entre fevereiro e maio. Em 2024, os números de casos superaram os de 2023, e em 2025 já foram registrados mais de 10 mil casos, com 10 óbitos sob investigação.
A principal preocupação das autoridades de saúde está no aumento do sorotipo 3 do vírus, que não circulava no Brasil desde 2008. Esse novo cenário gera incertezas, pois há uma grande quantidade de pessoas suscetíveis ao sorotipo, especialmente nas regiões mais afetadas. O Ministério da Saúde destaca que, apesar da falta de tratamento específico para a dengue, a prevenção de mortes depende da identificação precoce dos sinais de alarme e da hidratação adequada dos pacientes. A pasta também segue com estratégias de vacinação e eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti.
Além disso, o governo brasileiro intensificou ações para controlar a doença, com investimentos em tecnologias como o método Wolbachia, que visa reduzir a população de mosquitos, e a liberação de insetos estéreis em algumas localidades. Em paralelo, o plano de contingência inclui a distribuição de vacinas para crianças de 10 a 14 anos em áreas com alta incidência da doença. De acordo com os especialistas, as mudanças climáticas, com chuvas irregulares e temperaturas elevadas, têm favorecido a proliferação do mosquito, o que pode continuar contribuindo para o crescimento dos casos de dengue no País.