O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, fez uma delação que trouxe novas informações sobre o envolvimento de aliados do ex-presidente em discussões sobre um possível golpe para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Cid mencionou nomes como Michelle Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, e outros políticos como parte de um grupo radical que teria defendido um golpe militar. No entanto, a Polícia Federal não os indiciou, argumentando que não havia provas suficientes para tal acusação, já que a delação é apenas um meio de obtenção de provas e não uma prova em si.
A Polícia Federal, que conduziu a investigação, destacou que não misturou política com as apurações. Apenas as pessoas contra as quais foram encontradas evidências suficientes de envolvimento em práticas criminosas foram indiciadas. Fontes indicaram que a citação dos nomes no grupo de defensores do golpe ajudou nas investigações, mas, por não haver elementos probatórios suficientes, não resultou em indiciamentos. O inquérito, que está sendo analisado pela Procuradoria Geral da República (PGR), pode resultar em novas diligências ou até mesmo denúncias, mas a decisão final ficou para fevereiro.
O inquérito sobre o golpe foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que aguarda a decisão do procurador-geral, Paulo Gonet, sobre os próximos passos da investigação. Apesar da expectativa de uma decisão ainda em janeiro, fontes indicaram que ela pode ser adiada para fevereiro, quando o Judiciário retomar as atividades. A investigação continua focada na busca por provas concretas para a responsabilização de envolvidos, com ênfase na qualidade da prova, como reafirmado pelos responsáveis pela apuração.