O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o Brasil terá um déficit primário de 0,1% do PIB em 2024, valor significativamente abaixo das previsões do mercado, que indicavam um déficit de 0,8% um ano atrás. Esse desempenho é atribuído, em parte, à recuperação das contas públicas e à atuação do governo para enfrentar os desafios fiscais. O crescimento do PIB projetado para 2024 é de 3,6%, sem considerar os custos adicionais gerados pela tragédia no Rio Grande do Sul. Haddad também apontou a necessidade de melhorar a comunicação do governo, citando que erros de comunicação, como o vazamento prematuro de medidas ainda em análise, prejudicam o planejamento e a confiança dos investidores.
Além disso, Haddad destacou que o governo está trabalhando para melhorar a execução orçamentária e implementar ajustes fiscais necessários. Embora o ministro tenha evitado falar sobre novos pacotes de corte de gastos, ele reiterou que o governo está constantemente avaliando as finanças e que o orçamento de 2025 será uma prioridade, com a meta de garantir mais flexibilidade na execução fiscal. Segundo ele, o novo arcabouço fiscal ajudará a estabilizar a dívida pública, afastando a ideia de metas rígidas para o endividamento.
O ministro também se pronunciou sobre questões relacionadas ao Banco Central e à reforma tributária. Embora tenha enfatizado a autonomia do BC e a confiança na sua missão, Haddad reconheceu que a relação entre o governo e a instituição pode envolver discordâncias. Sobre a reforma do Imposto de Renda, que deve ser debatida em 2025, o ministro admitiu que a combinação de corte de gastos com a reforma tributária foi um erro de planejamento. No entanto, ele espera que as mudanças sejam implementadas até 2026, após uma ampla discussão na sociedade.