A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou que o déficit primário de empresas estatais não representa um risco para o Tesouro ou para a população. De acordo com ela, a saúde financeira de uma empresa é medida pelo lucro ou prejuízo, e não pelo déficit gerado por gastos eventuais com recursos acumulados em caixa. A ministra destacou que o déficit não deve ser visto como um problema, especialmente quando ele decorre de investimentos, como no caso da estatal Serpro.
A ministra usou o exemplo do Serpro, que registrou um déficit de R$ 221,62 milhões em 2024, após investimentos de R$ 210,11 milhões. No entanto, a empresa apresentou lucro de R$ 426,32 milhões até o terceiro trimestre do mesmo ano e a expectativa é de que o resultado final seja de R$ 600 milhões. Para Dweck, esse tipo de déficit é esperado e está relacionado ao uso de recursos para projetos que devem gerar retorno no futuro, o que não compromete a saúde da empresa.
O governo também observou que o aumento dos investimentos realizados pelas 20 empresas estatais analisadas nas estatísticas fiscais, com um crescimento de 12,7% em relação ao ano anterior, está diretamente ligado ao déficit registrado. Os investimentos somaram R$ 5,3 bilhões, correspondendo a 83% do déficit de R$ 6,3 bilhões em 2024, o que reflete a estratégia de priorizar o investimento em vez da geração de superávit imediato.