O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, declarou que a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) reconhecerá Nicolás Maduro como presidente eleito do país. Padrino reagiu ao apelo do líder opositor Edmundo González, que pediu para os militares encerrarem o apoio ao governo de Maduro, alegando que a liderança atual distorceu os princípios da instituição. Padrino destacou a importância da FANB como uma instituição moral, leal à República Bolivariana, e afirmou que ela não se submete a influências externas.
A declaração de Padrino ocorre em um momento de alta tensão política, próximo à posse presidencial marcada para 10 de janeiro. Enquanto o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela proclamou a vitória de Maduro, com o apoio do Supremo Tribunal de Justiça, a oposição insiste que venceu as eleições, embora os resultados oficiais ainda não tenham sido detalhados publicamente. Nesse contexto, González, aliado de María Corina Machado, afirmou que tomará posse na mesma data, em um cenário marcado por disputas e divisões políticas intensas.
A crise política se agrava com investigações e acusações de falsificação de documentos eleitorais. A oposição divulgou atas que indicariam a vitória de González, enquanto o governo de Maduro refutou esses documentos, alegando que a maioria deles era falsa. A situação resultou em prisões e exílios, como o de González, que se asilou na Espanha após ser intimado a prestar depoimento sobre a divulgação das atas. Organizações de direitos humanos reportam que o processo eleitoral foi acompanhado de repressão, com milhares de prisões e mortes desde o pleito de julho de 2024.