A recente decisão da Meta, controladora do Facebook e Instagram, de descontinuar o programa de checagem de fatos nos Estados Unidos e modificar suas práticas de moderação de conteúdo levantou preocupações no governo brasileiro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou em entrevista a possíveis implicações negativas dessa medida, apontando que ela pode estimular a disseminação de desinformação e comprometer os esforços globais para conter notícias falsas, especialmente em períodos eleitorais.
A Meta anunciou que substituirá o modelo atual por um sistema baseado em “Notas da Comunidade”, que permitirá aos usuários sinalizar conteúdos enganosos. A justificativa da empresa foi evitar o uso de ferramentas de checagem como instrumentos de censura e priorizar a liberdade de expressão. Especialistas interpretam a mudança como parte de uma estratégia política nos Estados Unidos, às vésperas da posse do novo governo em janeiro de 2025.
O governo brasileiro relembrou episódios de impacto causados pela desinformação, como as eleições de 2018 e os eventos de 2022, para alertar sobre os riscos do enfraquecimento de sistemas de controle de fake news. Haddad enfatizou que, em um cenário global cada vez mais tenso e polarizado, decisões como essa podem afetar a democracia e a economia, além de intensificar conflitos ideológicos.