A instalação de gradis e barreiras físicas na Cracolândia, área central de São Paulo, gerou um intenso debate entre a prefeitura, a Defensoria Pública e o Ministério Público. A Defensoria solicitou a remoção das estruturas, alegando que elas restringem a livre circulação e o acesso a serviços essenciais, como água e banheiros. Em contrapartida, a prefeitura defendeu as barreiras como medidas de segurança e apoio ao trabalho de agentes de saúde e assistência social na região.
O prefeito da cidade reagiu criticamente às demandas da Defensoria, sugerindo que a mobilização do órgão teria sido impulsionada por uma reportagem na mídia, e não por uma preocupação genuína com os moradores da Cracolândia. A administração municipal afirmou que as barreiras, instaladas em maio de 2024, têm sido eficazes na redução do número de dependentes químicos, apontando uma queda de 73% no índice de usuários da região entre janeiro e novembro do ano passado, além de milhares de encaminhamentos para serviços de saúde.
Em resposta às contestações, o Ministério Público anunciou uma investigação para apurar os detalhes da instalação das barreiras. A promotoria de Habitação e Urbanismo irá investigar as condições dessas medidas, enquanto a prefeitura destaca que o objetivo das estruturas é proteger tanto os dependentes químicos quanto pedestres, reforçando a segurança na área e minimizando danos aos tapumes anteriormente utilizados.