O preço do café arábica atingiu R$ 2.301,60 por saca de 60 quilos no dia 27 de janeiro de 2025, marcando um aumento de 6,8% em relação ao mês anterior. Esse valor é o mais alto desde o início da série histórica do Cepea, em 1997, e reflete uma oferta restrita tanto no Brasil quanto no mercado internacional, com uma forte demanda e uma grande quantidade de café já comercializada pelos produtores. A produção nacional foi afetada por condições climáticas desfavoráveis, que comprometem o rendimento das safras de café para 2024 e 2025.
As exportações de café brasileiro, que somaram 22 milhões de sacas nos primeiros cinco meses da safra 2024/2025, também refletem a escassez global e o aumento nos preços. O café robusta, por exemplo, registrou alta de até 100% no ano de 2024, impulsionado pela oferta limitada no Brasil e no Vietnã. A falta de chuva e ondas de calor afetaram severamente a produção tanto no Brasil quanto em outros grandes produtores, gerando um desequilíbrio entre oferta e demanda e elevando os preços internacionais.
O impacto das dificuldades logísticas, como o aumento nos custos de frete devido a problemas no transporte global, também contribui para a valorização do café robusta, que tradicionalmente tem um preço mais baixo. Para enfrentar esse cenário, a indústria de cafés está ajustando os blends de arábica e robusta, o que pode resultar em mudanças no sabor do café. Embora o Brasil continue a ser o maior produtor mundial de café, os pesquisadores alertam para os desafios climáticos que podem comprometer a oferta nas próximas safras.